segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Autonomia regional e tentações independentistas

Antes de escrever este post pensei seriamente se valeria a pena tecer algum comentário sobre a incontinência verbal de um deputado da Assembleia Legislativa da Madeira , pois bem, dada a imensidão do disparate dum tal de Sr.Drumond e por dever patriótico, cá vai.
Em declarações à TSF, o dito Sr. Drumond social-democrata madeirense, disse, que caso os poderes legislativos que o governo regional reivindica não forem satisfeitos " a solução é a Assembleia Legislativa, eleita para defender os interesses do povo da Madeira e do Porto Santo, declarar initeralmente a independência".
Até na nossa CRP, de clara tendência socializante e pouco preocupada com as tradições históricas e nacionais, se diz no Artigo 5º que " O Estado não aliena qualquer parte do território português ou dos direitos de soberania que sobre ele exerce, sem prejuízo de rectificação de fronteiras", ou seja, e explicado de forma mais vulgar (espero que da compreensão do Sr. deputado da ALM), a República Portuguesa é indivisivel e, como tal, qualquer incentivo à separação de partes integrantes do território nacional é, para além de meia parva, um insulto à dignidade nacional de todos os portugueses, especialmete à dos portugueses residentes na Madeira que têm a infelicidade de ter dirigentes que tentam reduzi-los à situação de portugueses de segunda.
Não entrando sequer na questão da viabilidade da independência da Madeira, visto que por alguma razão, o Senhor que governa o arquipélago vive das enormes somas enviadas pela "potência colonizadora", penso que seria útil, discutir o sentido das autonomias regionais num país exemplar no que toca à unidade nacional.
Portugal, sendo uma das mais antigas nações da Europa, possui uma coesão nacional e linguística invejável.
O facto de em Portugal nunca terem surgido sérias tendências separatistas, creio dever-se, à genuína tradição lusa do municipalismo, pois é o poder municipal que realmente faz sentido num país em que todos partilhamos a mesma herança católica, latina e lusófona, num país em que em qualquer canto ouvimos patriotas manifestarem o orgulho de serem portugueses!
Finalizando, pergunto-me, por que razão os nossos governantes continuam a marginalizar o povo da Madeira e dos Açores, reduzindo essas duas magníficas parcelas de Portugal ao estatuto de regiões autónomas, provocando a gradual separação dos portugueses, ao agruparem-nos enquanto portugueses do continente, açorianos e madeirenses.
Unamo-nos portugueses do norte e do sul, do interior e do litoral, do campo e da cidade, pobres e ricos, homens e mulheres, velhos e crianças...e vamos dizer aos nossos políticos: Portugal faz sentido!

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