terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Call Girl

Os comunistas foram ao cinema ver Call Girl. Deram-lhe bola preta. Não por causa dos méritos ou deméritos da realização de António-Pedro Vasconcelos. Mas porque o protagonista do filme é (supostamente) um autarca corrupto do PCP. O verdadeiro comunista não se deixa deslumbrar pelas curvas sinuosas de Soraia Chaves, que passa metade do tempo mais despida do que a Avenida da Liberdade no Inverno - põe é o olho na filiação partidária de Nicolau Breyner, e denuncia: "É absurdo que se procure fazer a identificação do autor da corrupção com um presidente de câmara comunista, quando a realidade mostra que tem sido o PCP que menos motivos tem dado para ser apontado como exemplo de práticas de corrupção no poder local."Quem escreveu isto não foi um velhinho que ajudou à queda de Nicolau II. Foi Abílio Fernandes, actual deputado do Partido Comunista Português e antigo presidente da Câmara de Évora, num pequeno texto de opinião publicado no Público. Foi secundado por dois ilustres companheiros de partido, Vítor Dias e Sérgio Ribeiro. Foi depois rebatido por Nicolau Breyner e António-Pedro Vasconcelos, que, em declarações ao Correio da Manhã, garantiram que o autarca não é do PCP (a sua filiação partidária nunca é explicitamente referida) e que o mais provável é Abílio Fernandes ter visto o filme "a dormir". Tendo em conta a já referida performance de Soraia Chaves, posso assegurar que Call Girl dá tudo menos sono. A questão, de facto, não é essa - é outra, bem mais interessante.Call Girl conta a história de um autarca alentejano que resiste à construção de um megaempreendimento turístico, até ao momento em que uma prostituta de luxo é contratada para o fazer mudar de ideias. Se os comunistas fossem capazes de ver no mundo outras cores para além do vermelho, perceberiam que Call Girl não é um filme sobre corrupção - é um filme sobre a paixão e o poder das mulheres. Aquele autarca nunca é retratado de forma negativa. Pelo contrário, no início é apresentado como um homem íntegro, que resiste corajosamente à investida do grande capital (esse malandro), até ao momento em que Soraia Chaves se lhe atravessa no caminho com dois argumentos imbatíveis. Na verdade, a personagem de Nicolau Breyner não se deixa corromper - ela deixa-se seduzir. Perdidamente. A corrupção é apenas um efeito secundário da paixão. É sintomático que no século XXI os comunistas continuem a confundir os dois conceitos, preferindo perorar sobre "opções ideológicas manipuladoras" e a propagação de ideias subversivas. Soraia está nua e Abílio pensa na militância. É por isso que o Muro de Berlim caiu.

Pois para mim, pelo contrário até achei as passagens em que apareciam mençõs ao PCP como uma forma de propaganda comunista. Essencialmente a apresentação do funeral do grande comunista Cunhal.

Ainda assim concordo com João Miguel Tavares; prefiro a Soraia Chaves toda vestida que um comunista todo nú.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Conselho Municipal da Juventude. Quase uma realidade... (in Notícias do Barreiro)

A Juventude Popular tem feito uma campanha de defesa da criação, no Barreiro, do Conselho Municipal da Juventude. Desde que participou activamente no último Fórum da Juventude, esta estrutura sentiu necessidade de se criarem normas de participação nas políticas da juventude e concentrar a discussão das mesmas, em exclusivo, nos jovens que residem e vivem na nossa cidade.

Não que a criação por si só do Conselho Municipal da Juventude satisfaça todos os desejos e resolva todos os problemas da juventude barreirense, no entanto a defesa da criação deste órgão municipal passa pela aproximação dos jovens dos centros de decisão e da assunção de responsabilidades na execução das políticas que a eles dizem respeito. Num momento em que cada vez mais se sente o afastamento da população em geral da causa pública, mas essencialmente do escalão etário mais jovem a Juventude Popular vê neste órgão uma forma de chamar os jovens à participação cívica e à efectiva capacidade de participar na gestão da cidade.

Foi com enorme satisfação que vi recentemente o Presidente da Câmara Municipal do Barreiro - seguindo uma das bandeiras que a Juventude Popular tomou como sua - assumir, para com os jovens do Barreiro, o compromisso de criar esta estrutura institucional na nossa cidade. Ao contrário do Fórum da Juventude que tão acerrimamente era defendido pela Vereadora Regina Janeiro, após a criação do Conselho Municipal da Juventude poderá a própria juventude criar vínculos políticos e concretos para o executivo camarário. Por saber ficam apenas quais as razões que se encontram por trás desta troca de opinião, por parte do executivo camarário, mas quero acreditar que a força do bom senso e a força das boas ideias se sobrepôs às meras razões de taticismo político que levavam a reuniões vazias de conteúdo.

Os jovens barreirenses conseguem assim transformar o conceito de participação que a Câmara Municipal do Barreiro tem vindo a defender desde o início do mandato. Ao invés de as reuniões se pautarem por meras sugestões e deambulações sobre diversos temas, passam agora a assumir uma postura mais institucionalizada e mais concreta de onde resultarão necessariamente resultados mais profícuos para os órgãos de decisão e os órgãos consultivos.
A possibilidade de vinculação política do executivo camarário será aliás uma das imposições legais de um projecto de lei que a Juventude Socialista irá apresentar, a breve trecho, na Assembleia da República e tudo indica será aprovado, por larga maioria dos deputados em exercício de funções. Fundamental será desde já olhar para este projecto de lei de molde a cumprir desde logo as exigências legais na elaboração do Regulamento do Conselho Municipal da Juventude.
A Juventude Popular sendo a principal impulsionadora e defensora da criação deste órgão não se irá demitir de apresentar uma proposta de regulamento do Conselho Municipal da Juventude; para tanto procurará recolher todos os contributos que as várias estruturas juvenis queiram dar para tal objectivo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

John McCain, o republicano sensato

Ontem, o veterano John McCain assumio-se como claro favorito à nomeação republicana na corrida à Casa Branca.

Frente ao radicalismo restauracionista de Mitt Romney e de Mike Huckabee, o senador pelo Arizona teve sempre uma postura de conservador moderado muito mais próximo dos parâmetros europeus do que da direita radical americana.

Depois do Senador Sam Brownback ter desistido da sua candidatura( para apoiar McCain), tornou-se claro, pelo manos para mim, que o único capaz de fazer frente ao populismo utópico de Obama e à postura "caviar" de Hillary era John McCain.

Por agora só nos resta esperar e acreditar que o povo americano vai escolher o candidato da família, dos (verdadeiros) valores cristãos e da Liberdade.